Liliane

Sentindo-se excluída

Por vários anos, Liliane sentia que não se encaixava…

Ela não se sentia parte da oficina mecânica onde trabalhava e, após seis meses de trabalho, o proprietário lhe disse que ela deveria ser realocada na equipe administrativa, pois não queria uma mulher trabalhando na oficina, apesar de seu conhecimento certificado em automação mecânica.

Ela também não sentia parte das duas faculdades de engenharia que tentou cursar, em universidades diferentes. “Eu fui aprovada em três universidades federais, mas as pessoas não me aceitaram porque sou negra. Eu não me vejo como uma pessoa inteligente, sim muito esforçada. As pessoas não entendiam esse meu esforço e me perseguiam. Eu achava que nunca conseguiria nada por ser negra”. Após essas duas experiências difíceis, ela finalmente encontrou uma escola onde poderia ser ela mesma, mas a área de estudo – ciências – não era exatamente a que gostaria de estudar.

Buscando seu caminho na tecnologia

Liliane finalmente encontrou o que queria na área de tecnologia, onde conheceu um ambiente diversificado e inclusivo. No entanto, ainda era preciso um tempo para que tudo se ajustasse.
Primeiramente, Liliane começou um curso sobre redes de computadores, mas ainda sentia que faltava alguma coisa. Continuou buscando outras áreas de estudo, principalmente em programação de internet, mas nada parecia ser uma solução. Por fim, ouviu falar da primeira turma brasileira do programa Generation e pensou “Encontrei o caminho. Será que me encaixo aqui?”

No bootcamp de Desenvolvedor Web Java Junior da Generation Brasil, Liliane encontrou um lugar seguro para ser ela mesma, compartilhar suas opiniões e aprender. A mentoria foi uma parte essencial de sua jornada. “Os instrutores e a equipe da Generation identificaram meus pontos fortes e um potencial verdadeiro em mim. Eles viram algo em mim que eu não conseguia ver. O mentor é importante, porque você tem alguém a seu lado que reconhece seu potencial e vê quem você realmente é, dizendo “você está no caminho certo, continue”.

Uma realidade diferente

Antes da Generation, “minha vida era totalmente desestruturada, eu não confiava em ninguém e não tinha esperanças. Hoje, vejo a Generation como uma família. Não importa o que aconteça. sempre teremos o Generation para nos apoiar. Sinto-me grata por isso.”

Liliane vem de uma família pobre. Seus pais não puderam terminar a escola quando eram jovens porque precisavam trabalhar para sustentar a família. Assim, terminaram os estudos anos mais tarde. Sua mãe é uma de suas maiores inspirações e, com ela, Liliane aprendeu a nunca desistir. Há alguns anos, sua mãe se graduou em uma universidade e hoje é professora.

Seu pai entendia sua garra em terminar os estudos, mas tinha receio de que ela não conseguisse um bom emprego. “Ele costumava dizer que, apesar dos meus esforços em estudar, eu não estava chegando a lugar algum. Eu relutava em compartilhar com ele ou com minha mãe os problemas que havia enfrentado na universidade. Entendo que ele vem de uma geração diferente, que acredita que conseguir um emprego é o suficiente, mas eu sentia que precisava me especializar em alguma área. Acredito que uma formação educacional é importante.”

No programa da Generation, Liliane finalmente encontrou seu lugar e graduou-se, recebendo um certificado e mais quatro ofertas de emprego em apenas uma semana.

“Daqui a alguns anos, quero voltar e dizer para outras turmas do Generation: Eu fui da primeira turma; lutamos juntos e o programa mudou nossas vidas para melhor. E vai mudar a de vocês também.”